Estiagem e seca

Os principais desastres naturais que ocorrem no Ceará são relacionados à escassez ou ao excesso de precipitações hídricas (chuvas). A escassez de chuvas, além do esperado ou suportado pela região em determinados períodos, pode causar dois principais desastres: estiagens e secas.

 

Estiagem

A estiagem é um período prolongado de redução ou ausência de chuvas, em que a perda de umidade do solo é superior à sua reposição.

As estiagens são comuns no Ceará no segundo semestre do ano e seus impactos negativos são maiores quando ocorrem no período conhecido como quadra chuvosa (nos meses de fevereiro a maio), normalmente devido ao fenômeno El Niño, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

Estiagens nesse período impedem a preparação para o semestre seguinte, a qual se dá principalmente pela recarga dos mananciais e a produção agrícola de sequeiro (que depende das chuvas).

 

Seca

A seca é uma estiagem prolongada, durante o período de tempo suficiente para que a falta de precipitação provoque grave desequilíbrio hidrológico.

As principais consequências são o colapso dos sistemas de abastecimento d’água potável e extensivas perdas agropecuárias.

 

Ceará

A maior parte do território cearense está na região semiárida do Nordeste, caracterizada pela má distribuição das chuvas no tempo e no espaço, bem como pelas altas taxas de evaporação, tornando o estado mais suscetível a esses desastres.

A gravidade da estiagem ou da seca não depende apenas das poucas chuvas, mas principalmente do grau de vulnerabilidade da região. Nas regiões em que há maior capacidade de resistir a longos períodos de poucas chuvas, certamente os danos e prejuízos à população e ao poder público serão menores. Ou seja, o desastre será menos intenso.

De 1991 a 2018, os desastres com maior número de registros no Ceará foram as estiagens e secas, com ocorrências em quase todos os anos, com destaque para o recente período de 2012 a 2017.

Há o predomínio do desastre no Sertão Central, no Sertão dos Inhamuns e na região Jaguaribana, que são as regiões em que historicamente ocorrem menos chuvas no estado, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

 

Mitigação de estiagens e secas

As principais ações do governo para mitigar os danos das estiagens e secas são: construção de cisternas de placa e de enxurrada; construção de açudes; construção de adutoras e de sistemas de abastecimento d’água; perfuração e instalação de poços; integração de bacias hidrográficas; e investimento em educação ambiental.

 

Como agir

Cada cidadão também pode fazer a sua parte para minimizar os efeitos das estiagens e secas. No Brasil, o consumo de água por pessoa chega a 162 litros por dia. Mas de acordo com a Organização das Nações Unidas, 110 litros de água por dia são suficientes para atender às necessidades básicas de uma pessoa.

 

Dicas para economizar água

– Não tome banhos demorados, 5 minutos são suficientes.
– Quando estiver passando shampoo e sabonete, não deixe o chuveiro aberto.
– Utilize torneiras econômicas, com arejador e/ou temporizador de consumo.
– Deixe a roupa acumular e só use a máquina de lavar quando estiver com quantidade suficiente para enchê-la.
– Direcione a mangueira de descarte da água do tanque ou da máquina de lavar para baldes e faça o reuso dessa água.
– Em vez de jogar fora a água que sobra da garrafinha, regue plantas.
– Ao escovar os dentes, enxágue a boca com a água em um copo.
– Quando beber água, coloque apenas o suficiente para saciar a sede.
– Antes de lavar pratos e panelas, limpe os restos de comida e, se preciso, deixe-os de molho antes da lavagem.
– Em vez de mangueira, use vassoura e balde com água para lavar pátios e quintais.
– Coloque uma garrafa cheia de água ou pedrinhas dentro da caixa acoplada da privada, pois isso economizará água na quantidade proporcional ao tamanho da garrafa.
– Não use o vaso como lixeira ou cinzeiro, isso fará com que a descarga seja utilizada mais vezes.

 

Cheque periodicamente se há vazamentos de água

– Para saber se o vaso sanitário está com vazamentos jogue um pouco de farinha dentro. Se a farinha ficar no fundo do vaso está tudo certo, se for sugada, existe algum problema.
– Para checar se há vazamento entre o hidrômetro e a caixa-d’água, abra o registro do hidrômetro e feche a boia da caixa até interromper a água. Se nenhum ponteiro se movimentar, não há vazamento.
– Para checar se há vazamento entre a caixa-d’água e as instalações da casa, feche a boia e marque o nível da água na caixa. Não utilize água durante 1 hora. Se o nível da água diminuir, há vazamento.