Defesa Civil pede atenção para riscos com chuvas

11 de fevereiro de 2018 - 12:23 # # # #

Após seis anos de estiagem, focada quase exclusivamente no abastecimento de água para comunidades e cidades do Interior, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Ceará (Cedec) se prepara para um novo desafio, as possíveis inundações provocadas pelas águas da quadra chuvosa, se estendendo de fevereiro a maio.

Além da capital cearense, a atenção da Cedec se volta para as regiões onde forem registradas mais chuvas e áreas muito povoadas, dentre lugarejos e cidades, nas proximidades de cursos de rios. Segundo a Cedec, em razão das suas características físicas, sociais, econômicas e ambientais,o Ceará apresenta importante vulnerabilidade a desastres.

Dados do Serviço Geológico do Brasil apontam 69 municípios mapeados no Estado entre 2012 e 2016, com 367 setores de risco alto e muito alto a movimentos de massa e enchentes. Nessas áreas há 39.876 moradias e 161.847 habitantes. Esse número corresponde a 1,9% da população cearense, considerando o último censo, realizado pelo IBGE em 2010.

Historicamente, as secas são os desastres mais recorrentes no Ceará,sendo registradas em quase todos os anos, especialmente no Sertão Central e Sertão dos Inhamuns. Esse quadro ainda persiste, e, em razão dele, a Cedec mantém o planejamento de ações voltadas para a manutenção do abastecimento d’água da população em 2018, explica o coordenador estadual de Defesa Civil, coronel bombeiro militar Cleyton Bastos Bezerra.

 

Prognóstico

Todavia, também considera o prognóstico climático para o período de fevereiro a abril, divulgado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) no dia 22 de janeiro, indicando haver maior probabilidade (40%) para chuvas superiores à média histórica e em torno da normalidade (35%). Neste sentido, há preocupação com os desastres relacionados ao excesso de chuvas, tais como inundações e enxurradas, especialmente nas áreas ao longo dos principais rios do Estado: Acaraú, Banabuiú, Jaguaribe e Salgado.

Outra preocupação está relacionada ao rompimento de barragens. Conforme seu coordenador, a Defesa Civil Estadual recomendou a todas as prefeituras, ainda no fim do ano passado, por meio da Defesa Civil dos municípios e órgãos afins, a avaliação dos reservatórios quanto às condições de segurança. A Cedec tem apoiado o órgão fiscalizador, a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), na mobilização para o cadastro de todas as barragens, independentemente do porte e propriedade. O cadastro é feito no sítio eletrônico da Secretaria.

A Cedec divulga, em seu sítio eletrônico (www.defesacivil.ce. gov.br), os avisos meteorológicos e alertas à população das áreas de risco acerca dos cuidados a serem tomados em risco de inundação, enxurrada, alagamento, tempestade de raios, queda de árvores e deslizamento. Neste ano, já foram divulgados 14 alertas de risco de chuvas intensas em áreas do Ceará, acrescentou o responsável pelo setor de Minimização de Desastres do órgão estadual, capitão bombeiro militar Aluizio Freitas.

 

FIQUE POR DENTRO

Estrutura da Cedec no Estado do Ceará

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), órgão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) desde 2007, é responsável pela coordenação das ações de proteção e defesa civil no Estado. É composta por coordenação, assessoria técnica e 11 setores agrupados nas cinco fases de atuação: prevenção, mitigação e preparação para desastres, resposta aos desastres e recuperação de cenários atingidos por desastres.

Seu efetivo é formado por 45 bombeiros militares, sendo 20 oficiais e 25 praças, cuja formação contempla conhecimentos gerais na área de defesa civil, além de nove servidores civis oriundos dos órgãos que já foram responsáveis pela Cedec e seis funcionários terceirizados, totalizando 60 profissionais.

O órgão conta com 11 viaturas com tração nas quatro rodas, para o deslocamento de pessoal, especialmente em viagens técnicas ao Interior para suporte aos municípios. São pontos de apoio no Interior as unidades do Corpo de Bombeiros em Aracati, Canindé, Crateús, Crato, Guaramiranga, Iguatu, Itapipoca, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Marco, Quixeramobim, Sobral e Tauá.

 

Fonte: Diário do Nordeste, Regional, 10/02/2018, por Alex Pimentel.